Com muita alegria acabo de ler o texto de Fernando Zugno no site do 24 º Porto Alegre em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicas 2017. Compartilho o pensamento do artista plástico André Venzon ” Eu sei quando eu sinto” e sempre defendi que o processo de aprendizagem se relaciona intrinsecamente com a arte. De modo que ser madrinha do Porto Alegre em Cena 2017 deixa-me honrada e muito feliz. A benção meus afilhados!
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A benção, madrinha Esther!
​Por Fernando Zungo.

“Me lembro de tomar conhecimento dela ainda pequeno, com um olhar curioso de quem se interessa muito em saber quem era a dona daqueles enormes cabelos coloridos, conhecida por circular entre educação, política ou o que quer que fosse tudo aquilo. Numa cabeça de guri era tudo um tanto nebuloso, incompreensível. Mas, por algum motivo, já havia admiração.

Quando ingressei na vida cultural, entendi que se tratava de alguém da maior importância. Uma trabalhadora vigorosa que eu encontrava nos foyers dos teatros acompanhada de inúmeros professores para assistir a espetáculos das temporadas gaúchas e convidados do Porto Alegre em Cena.

Então, graças ao festival, eu tive o prazer de conhecê-la e nos tornarmos amigos e parceiros. A admiração só cresceu. Porque eu pude acompanhar de perto sua paixão pela cultura, sua inteligência, saber mais sobre seu trabalho na educação e entender que se trata, de fato, de uma mulher a frente do seu tempo. Uma mulher cheia de cores e personalidade, cheia de humor e amor capazes de transformar o mundo.

Uma mulher que, aos 80 anos de idade e cheia de vida, segue sendo referência nacional e internacional em educação e alfabetização. Formada em matemática, campo em que mais tarde fez mestrado e doutorado na Sorbonne, em Paris, se deu conta de que antes de mais nada um país como o Brasil precisava se alfabetizar. Então, preocupada com os mais de 50 milhões de analfabetos adultos, foi fundadora do Grupo de Estudos Sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação, o Geempa. Além de embarcar posteriormente como secretária de Educação de Porto Alegre (1989-1992) e deputada federal (1995-2002). Nascida em Santa Maria, veio a Porto Alegre em 1955 quando logo tornou-se uma referência por buscar soluções para a escola pública e desenvolver pensamentos e teorias como a aplicação do pós-construtivismo na alfabetização de alunos com Síndrome de Down. Seu vigor refletido no seu visual é característica de quem realmente acredita que TODOS PODEM APRENDER.

Com isso, nesse ano em que colocamos as mulheres no primeiro plano do Porto Alegre em Cena, nós todos merecemos tê-la como madrinha: ESTHER PILLAR GROSSI!

A benção, madrinha!”
Fernando Zugno