6, 7, 8 e 9 de novembro de 2018
Universidade Católica de Brasília
Endereço: Campus de Águas Claras – QS 07- Lote 01 – Águas Claras – DF – CEP: 71966-700 .
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Conheçam os convidados do III Colóquio Internacional sobre a Teoria dos Campos Conceituais
CONVIDADOS DO III COLÓQUIO
Definição do perfil do III Colóquio Internacional sobre a Teoria dos Campos Conceituais
Democracia só existe se ensinamos a todos
Essa compreensão deriva da estupenda constatação contemporânea das ciências de que todo o mundo pode aprender. Ela passa a dar um enriquecimento muito grande ao conceito de democracia, isto é, uma sociedade somente passa a ser democrática quando ensina a todos. Entretanto, o que se vê no mundo hoje é um tremendo apartheid entre ricos e pobres, entre brancos e negros, entre homens e mulheres, entre invasores europeus e indígenas americanos . Especialmente no Brasil vemos a elite dominante estertorando diante de uma tênue possibilidade de acesso coletivo a bens econômicos, científicos e culturais, e de lazer, que lhes são exclusivos, até hoje.
Escancara-se claramente que a abolição da escravatura foi apenas uma formalidade sem concretude no cotidiano e pobres não tem assegurado sequer o acesso à alfabetização diante de dois fatos:
1ª) a orientação nacional, a qual só se efetiva globalmente para as escolas públicas, de que a alfabetização tem prazo de 3 anos para acontecer;
2ª) a insistência didática em manter os métodos convencionais de alfabetização ignorando as riquezas da descoberta da psicogênese da escrita.
Com isso se perpetua o número de analfabetos no Brasil, porque a cada ano se marginaliza milhões de alunos que as escolas não conseguem introduzir no mundo da escrita. Outrossim, há uma perda lamentável de potencial cognitivo nas demais disciplinas escolares, especialmente em matemática, física, química, e biologia causada pela ausência de uma Didática que contemple as riquezas e diferenças do processo de aprender, ao invés de balizar-se somente pela lógica dos seus conteúdos.
O III Colóquio também se debruçará amplamente sobre a Didática da formação inicial de professores nas Universidades, bem como sobre os esforços da formação continuada de docentes, em qualquer nível de ensino.
Ignora-se que cada pessoa é uma unidade absoluta e que, por isso a única estatística válida para seres humanos é 100%. Cada pessoa é um universo e universo é tudo o que existe, nos ensina o dicionário. Ninguém pode ficar excluído dos conhecimentos porque eles são prerrogativa e direito de todos. Os estudos sobre aprendizagem, dos quais emana a Teoria dos Campos Conceituais, tem como característica essencial a convicção de que o conhecimento é acessível a todos. Dada a barbárie de condenar muitos à marginalização do acesso aos saberes, ela faz um contraponto cristalino com essa tendência, infelizmente de âmbito internacional, de uma divisão entre os seres humanos, também na garantia do direito à conceitualização, instrumento poderoso do cérebro humano.
É nesta perspectiva que se organiza o III Colóquio Internacional sobre a Teoria dos Campos Conceituais. Ele quer ser, e provavelmente será, um divisor de águas entre os que fazem do poder dos conhecimentos um instrumento de opressão e aqueles, ao contrário, que o pensam como um bem de direito universal.
Porém, há algo ainda mais promissor, o III Colóquio traz em seu cerne a convicção de que para além do direito ao conhecimento todos podem efetivamente ter acesso a ele, com os frutos das pesquisas atualizadas em Ciências da Educação, capitaneadas, a justo título pelo professor doutor Gérard Vergnaud que estará presente em Brasília, nos dias 6, 7, 8 e 9 de novembro deste ano.
O perfil do III Colóquio Internacional sobre a Teoria dos Campos Conceituais, para além de determinar TERRITÓRIOS onde podem acontecer as aprendizagens, terá como objetivo abordar com o ineditismo do Pós-construtivismo, os processos de como se pode ensinar.
Em Brasília, no próximo mês de novembro, vão ser trabalhadas as características definidoras do SER PROFESSOR(A), ser aquele(a) que domina uma área científica e que deve dominar também uma outra área científica – a DIDÁTICA.
Mesmo Sara Pain, grande pensadora nossa contemporânea, não podendo estar presente fisicamente ao III Colóquio, evidentemente ela esta entre nós, com sua aguda sabedoria na mensagem que ela enviou para o II Colóquio: Um(a) professor(a) merece o maior respeito social porque ele(a) tem domínio em dois saberes. De um lado, o saber de uma ciência e de outro o saber de como se ensina, tal ciência.
Este último saber é também uma ciência – a DIDÁTICA.
Da DIDÁTICA emana uma fecunda e profunda constatação:
“ O saber de ensino não é o mesmo que o saber científico”.
O saber de ensino precisa levar em conta a força das situações que o aprendiz tem oportunidade de viver, berço de hipóteses que ele formula sobre um determinado campo conceitual.
Outrossim, as situações de vida são mais abarcativas do que as sínteses dos conhecimentos discursivos. Muito claramente isso ocorre na alfabetização para a qual as unidades linguísticas, do ponto de vista teórico são letras, palavras, frases e textos. Porém, o alfabetizando as ignora inicialmente, certo de que se escreve com desenhos e de que se lê em imagens, alargando o campo conceitual da leitura e da escrita.
O III Colóquio virá ao encontro de uma demanda imperiosa em todos os níveis de estudo – COMO SE ENSINA?
Essa demanda inclui também as universidades, plenas de mestres e de doutores, especialistas em pesquisas científicas, mas sem a mesma competência DIDÁTICA.
Certamente, muitas pessoas se sentirão atraídas pela força desse perfil e já poderão fazer suas inscrições, comprar suas passagens, reservar suas hospedagens e/ou preparar suas comunicações.
Gérard Vergnaud
Emerito Diretor de pesquisa do CNRS ( Conselho Nacional de Pesquisa Científica) da França. Doutor em Psicologia Cognitiva, orientando de Jean Piaget. Doutor honoris causa de diversas universidades, Matemático, Filósofo e Pioneiro na definição de Didática como Ciência.
Esther Pillar Grossi
Doutora em Psicologia Cognitiva pela Universidade de Paris. Secretária de Educação de Porto Alegre de 1989 a 1992. Deputada Federal pelo Rio Grande do Sul de 1994 a 2002. Graduada e mestre em matemática. Coordenadora de Pesquisa do Geempa desde sua fundação, em 1970
Lêda Gonçalves de Freitas
Doutora em Psicologia Social e do Trabalho pela UNB. Mestre em Educação, Pós-doutora pelo Conservatoire National des Arts et Métiers – Paris. Graduada em Pedagogia e Psicologia. Professora titular da Universidade Católica de Brasília no Programa de Pós- graduação em Psicologia
Candy Marques Laurendon
Doutora em Psicologia Cognitiva em Co-tutela entre a Universidade de Angers (França) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Natal, Brasil). Mestrado Profissional em Psicologia Intercultural e Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Toulouse-Le-Mirail. Membro da equipe de especialistas do Geempa. Pós- doutoranda e professora colaboradora no Programa de Pós- graduação em Psicologia Cognitiva da Universidade Federal de Pernambuco.
Nair Cristina da Silva Tuboiti
Mestre em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília. Doutoranda em Psicologia Cognitiva pela Universidade Católica de Brasília. Graduada em Pedagogia. Membro da equipe de especialistas do Geempa. Professora da Secretaria do Estado de Educação do Distrito Federal